Partindo de uma reflexão sobre os diferentes significados dados ao assim chamado "direito a morrer com dignidade", o presente trabalho analisa a proposta oferecida pela Medicina Paliativa no debate sobre o final da vida. Após revisar as estratégias disponíveis na Holanda, primeiro país à despenalizar a eutanásia, a autora expõe a proposta oferecida pela Medicina Paliativa. Para compreender adequadamente a tese é fundamental entender o processo de morrer como um "evento da vida humana". Nesse contexto, a autora indica cinco princípios morais que considera essenciais para conceber a dimensão ética do morrer, quais sejam: o princípio da veracidade, da proporcionalidade terapêutica, do duplo efeito, da prevenção e do não abandono. O trabalho conclui com uma proposta de mudança do atual paradigma médico que privilegia a medicina dominada pela lógica do "imperativo tecnológico" para um modelo de "medicina personalista".